sábado, 21 de março de 2009

Nostalgia: Histórias de Colégio


Creio que é uma das épocas mais felizes da nossa vida: os Tempo de Colégio! Justamente em uma época na qual amizades vão sendo feitas e novas descobertas a respeito do mundo em que vivemos vão sendo vivenciadas. Eu como nunca fui um cara de sair muito, já que em vez de ir para festinhas “azarar” as meninas eu preferia ficar em casa jogando meu querido Videogame ou fazendo qualquer outra coisa do gênero Nerd, não tenho muitas histórias a serem passadas. Mas, dizer que não tenho nada para contar seria uma mentira das grandes, porque todo mundo, seja Nerd ou não, possui experiências próprias.

Posso dizer primeiramente que minhas experiências mais significativas e que valem a pena serem contadas por serem engraçadas ou idiotas se passaram em sua maior parte na época de 8ª série do Ensino Fundamental (atual 9º ano para os colégios que adotam a nova, e idiota, definição).

O ano era 2005, estudava no Colégio Ávila, localizado na cidade de Goiânia (GO). Na minha sala, 8ª A estudavam aproximadamente uns 40 alunos sendo que 10 faziam parte do meu grupo. Ou seja, eu e meu grupo de amigos representávamos 25% da sala de aula. Por causa disso éramos os “mais importantes” e/ou mais conhecidos do colégio. Isso porque nosso grupo “esquisito” chamava bastante a atenção com brincadeiras nada convencionais.

Acho importante começar o foco através dessas “brincadeiras”, pois eu as adorava e por causa delas minha “infância” foi bem feliz, digamos assim. Vou listar cada uma delas (se eu me lembrar de todas é claro) e relatar alguma história interessante relacionada com cada uma.

Montinhos

O bom e velho montinho que todos neste planeta adoram fazer nos amigos é bem conhecido. O Montinho não é somente uma brincadeira. Trata-se de um Esporte! Uma Arte! Você não brinca de fazer montinho, você brinca de pular “amarelinha” (sem comentários para essa brincadeira). No montinho, você PRATICA montinhos! Nessa época levávamos essa arte à risca diariamente. Era religiosamente seguido em horários. As aulas começavam às 7:15, então tínhamos que fazer pelo menos dois montinhos antes disso. Na hora do recreio, às 9:30, tentávamos fazer o máximo possível de vezes, porque a “tia” do colégio (trata-se de uma bedel do colégio...seria uma bedéia¿!) trancava todas as salas, e ela sempre brigava com a gente por ficarmos fazendo brincadeiras “agressivas” lá. Sempre ameaçava de nos dedurar para o Bedel Máster Motherfucker do colégio. Ele se chamava “Seu Wilson” (assim que o chamávamos), e que Deus o tenha porque ele já não se encontra nesse mundo terreno (palavras bonitas não¿!). Sempre que ela fechava a nossa porta, íamos todos ao outro lado do colégio, na sala da 8ª B, na qual tínhamos algumas amigas que costumavam andar conosco, e invadíamos a sala delas (que estava trancada também, mas era mais fácil pular a janela da sala e entrar) para fazer mais montinhos. Pra finalizar era um montinho depois do fim da aula de “saideira”. Ah, vale lembrar que quando tínhamos basquete (nas quartas-feiras) também fazíamos mais montinhos (e com mais pessoas envolvidas)

Algumas histórias legais a respeito do Montinho estão relacionadas às cagadas. Certa vez, fizemos um bem próximo à parede do quadro negro. Algum gênio (que mesmo depois de 4 anos não se entregou e confessou) deu uma porrada na parede, e a lâmpada do quadro negro se soltou e caiu em cima das pobres crianças. Meu querido amigo André, saiu com seu cabelo (comprido) cheio de pó de vidro, porque a porcaria da lâmpada se espatifou e virou pó (e ele estava bem no chão nessa hora). Eu consegui escapar na hora que vi a lâmpada caindo. Saímos correndo da sala e ninguém levou bronca por nada.



Outra história legal remete a foto, que pode ser visualizada acima, que foi intitulada (tal qual uma obra de arte) como “Pedro e o Montinho”. Notem a riqueza da obra. Um menino feliz (eu) e empolgado com a sua juventude, enquanto mal sabe ele, que o mundo a sua volta está rodeado de CAOS! Essa simbologia é fantástica, ainda vamos ganhar um prêmio por essa foto. Vale lembrar que esse dia foi muito escroto, porque a turma resolveu tirar foto junto. Meu amigo Wagner (um “gênio”), só Deus sabe como, caiu no chão. De ímpeto, toda a turma da sala se jogou em cima dele para fazer um supermegahiperultrabadassmotherfucker montinho (tinha gente que não era nem da nossa sala e que aproveitou pra esmagar uma galera). Outro amigo, o Breno, resolveu registrar esse inferno em uma foto quando subitamente EU apareci. Isso é coisa pra se guardar pro resto da vida.

War Hard-Core

Outro “esporte” praticado por headbangers (aka Metalheads) em sua maioria. Mas praticávamos esse com algumas modificações. Era simples, os meninos de 5ª 6ª série adoravam brincar de “pique pega” no colégio. Mesmo o Seu Wilson brigando com eles dizendo “Não corram na P%$a do colégio!!!” eles continuavam a fazer. Eu e meus amigos ficávamos parados em um corredor (cuja largura era consideravelmente grande, e possuía uma rampa no final) e quando os meninos corriam por ali, nós tratávamos de barrá-los, atrapalhando-os e muitas vezes fazendo-os com que se espatifassem no chão. Esses meninos, movidos por uma raiva coletiva (direcionadas a nós) resolveram juntar a GALERA (entenda isso como uns 30 pigmeus) e dar uma lição no meu grupo. Chegou um belo dia a seguinte cena surge: De um lado do corredor (do lado que tinha a subida da rampa), eu e mais uns 10 amigos, do outro lado, uns 30 gabirus. Cada grupo olha para o outro com um ar de desafio. Um minuto de silêncio permeou o ar. Somente olhares eram trocados...o barulho da respiração de crianças medrosas podia ser ouvido. De repente, algum corajoso (entenda isso como o IDIOTA) deu um grito e saiu correndo em direção a mim e a meus amigos com o intuito de penetrar nossa barreira (indestrutível). Com a mesma vontade, os outros 29 começaram a correr também “com armas em punho” (ou seja, com nada...). Movidos pela emoção da batalha, o meu sangue e o de meus amigos fervilhavam pedindo GUERRA! Nosso sentimento era só um: Derramar sangue “juvenil” naquele solo sagrado (WTF¿!). E foi o que fizemos, um por um as crianças iam caindo aos nossos pés. Ao olhar para o lado, via um garoto da minha sala, o Almir (um cara que na época era gordinho) arremessando uma criança direto na parede e urrando sedento pelo seu sangue! Eu olhava a minha frente via dois vindo em minha direção. Em um consegui segurar pela cabeça e jogá-lo direto ao chão, fazendo com que pedisse “pinico cor-de-rosa” (WTF¿!). Por pura distração, o segundo pigmeu me atinge com um empurrão na perna, mas por pura habilidade eu consigo arremessar o pigmeu caído no segundo pigmeu (que me acertou), frustrando a tentativa de furar a barreira. Quando o sinal de término do recreio soou todos paramos. Olhamos-nos. Novamente a cena se repetiu: de um lado do corredor, meu grupo de vitoriosos guerreiros, do outro, os wookies derrotados. Nós todos nos olhamos e dissemos “Amanhã tem mais! Chamem mais Wookies para seu exército!”.

Essa história se perdurou por um bom tempo, até que uma guerra aconteceu entre uns 30 meninos de 8ª série contra uns 80 meninos de 5ª, 6ª e 7ª série. Nesse dia, o massacre juvenil ocorreu e eles nunca mais quiseram “brincar” conosco. Desistiram....bundões.

Outra data interessante que remete à mesma brincadeira foi uma vez, quando o sinal de fim do recreio soou e as portas das salas de aula não haviam sido abertas. Umas 200 pessoas, entre elas meninos e meninas do Ensino Fundamental estavam espremidas no corredor esperando para poderem entrar em suas salas. Algum gênio (deve ter sido algum amigo meu) começou a fazer um puta Hard-Core no meio da multidão, que acabou se alastrando e envolvendo todas as 200 pessoas. Esse dia foi uma guerra, com certeza. Brincadeiras saudáveis.

Montinho Vertical


Não vou me preocupar com detalhes a respeito dessa brincadeira porque na verdade ela nem chegou a ser praticada por muito tempo. Por idéia do meu amigo, o André, todos tínhamos que ficar se empurrando na parede como se estivéssemos fazendo um montinho na parede. WTF¿! Sim...não faz sentido, mas paramos de brincar disso quando paramos para analisar a brincadeira e descobrimos ter uma alta conotação homossexual ali. Por isso...essa brincadeira foi banida do grupo.

Pedro Ball

Certo dia, todo o grupo estava conversando em uma rodinha, quando algum filho de uma puta resolveu me empurrar para dentro da roda. De prontidão, todos começaram a me empurrar como se eu fosse uma “bolinha de pinball”. A brincadeira era essa...e acabávamos tontos no final dessa porra. Por eu ter sido o primeiro a ser jogado nessa “roda da morte”, a brincadeira foi patenteada com meu nome.

Pedro can Fly

A última a ser comentada neste post, mas não a menos importante. Talvez a mais importante de todas elas. A brincadeira consistia nas pessoas formarem duplas. Cada dupla deveria segurar, cada um com seu parceiro, de braços dados. Uma fila era formada pelas duplas. Geralmente era formado uma fila que consistia em 4 a 5 duplas. O contraste de força entre cada dupla era balanceado na posição da fila. Cada pessoa de frente para o seu parceiro de braços dados...formava-se assim uma “cama” de braços (WTF¿!). Algum corajoso (aka IDIOTA) ia correndo e pulava em cima da “cama de braços”. O objetivo era, as duplas segurarem o caboclo que pulou e que todos juntos começassem a joga-lo para cima. É mais ou menos no estilo de “Ele é um bom companheiro! Ele é um bom companheiro! Ninguém pode negar!” (a pessoa é jogada pra cima). A diferença está na quantidade de força aplicada na nossa brincadeira, que por ser maior, acabava por garantir vôos muito mais altos ( e mais perigosos). Lógico, a brincadeira foi patenteada com meu nome, então adivinhem quem foi o primeiro idiota a pular ¿!

A história mais significativa dessa brincadeira foi quando o Wagner, um grande amigo que costumava comer pão de queijo todos os dias (é sério! Todos os dias!!! Ele levava pão de queijo de lanche todos os dias durante uns 10 anos) e nunca comia açúcar (doces), resolveu pular. Ele pulou, tudo bem. Voou a grandes alturas! O problema foi no momento em que colocamos ele no chão. Wagner olhou pra mim, abriu um sorriso de orelha a orelha e desmaiou no chão. No primeiro momento todos achamos que ele estava de sacanagem com a nossa cara. O Antônio até deu um chute nele dizendo “Para com essa brincadeira Wagner! Para de brincar porra!”. Mas ele estava desmaiado mesmo. Uma menina se aproximou dizendo “Eu sei o que fazer! Se afastem todos!”, quando ela olhou para o corpo do Wagner estirado no chão ela “AAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH”. Isso mesmo...ela sabia “muito” o que devia fazer numa hora dessas...gritar. Os coordenadores foram chamados e eles chamaram a ambulância pra buscar o pobre coitado. Algum puto dedurou a nossa brincadeira para a coordenação, então fomos todos chamados para prestar depoimento no final da aula. Por sorte, minha, minha avó ia chegar naquele dia. Então minha mãe me buscou mais cedo no colégio para irmos pegá-la no aeroporto. Quando na 5ª aula a coordenadora apareceu na sala: “Pedro Rafahel! Sua mãe está aí para te levar embora. Hoje você vai mais cedo!” (dando um belo sorriso pra mim, porque ela gostava bastante de mim). Meus amigos estavam paralisados porque eu ia me safar daquela bronca enquanto todos (pelo menos a maioria) iam se fuder. Eles nem acreditavam na coicnidência de eu estar indo embora justo no dia da bronca. Quando saio da sala, ouço somente um grito de raiva de um amigo “FILHO DA PUTA!!!!”. Eu sabia que aquilo era pra mim...
Concluindo. O Wagner havia desmaiado porque o desgraçado tinha pouco açúcar no sangue (por causa da dieta de comer só pão de queijo dele) enquanto a cidade de Goiânia atingia picos de 40ºC de temperatura. Não fomos nós que o fizemos desmaiar...e sim ele mesmo. Os outros amigos só levaram um comunicado da coordenação, então não foi nada muito sério. Mas esse caso entrou pra história do colégio...e do grupo. Lembro-me de uma amiga nossa chorando por ter achado que o Wagner havia morrido.


Não vou conseguir me lembrar de muitos outros detalhes. Tenho certeza que com o tempo irei lembrar de outros casos interessantes a serem contados. Quando isso acontecer eu volto a recapitular minha juventude. Espero que tenham gostado. Abaixo vocês podem ver uma foto com parte do meu grupo dessa época de colégio. Da esquerda para a direita estão: Bruno, André, Wagner, Alfiery, Antônio e eu (abaixado).

2 comentários:

Guilherme Toscano on 21 de março de 2009 às 21:02 disse...

montinho: o wagner cair não chão não era novidade. ele caía SEMPRE.

War Hard-Core: com certeza um resquício de quando VOCÊS brincavam de pique pega e NÓS os derrubávamos no chão.

Montinho Vertical: a boa e velha Vaca parida.

Pedro Ball: também um jogo clássico, reapropriado por vocês. caiu na roda, já era.

Pedro Can Fly: ah os bons e velhos Moshs rock n' roll...


e a foto dos Ciclones (era esse mesmo o nome do time?) fechou bem o post. um ótimo post pedro. me trouxe boas recordações. =D

Bruno Mattos on 22 de março de 2009 às 11:16 disse...

Pô Pedro, boas recordações!Temos que reunir o pessoal todo algum dia desses.

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